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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Argumento Cosmológico Refutado


Argumento Cosmológico de Kalam refutado pelo professor Peter Millican




O argumento Cosmológico de Kalam

a)          Tudo o que começa a existir tem uma causa;
b)          O universo começou a existir;
c)           Portanto, o universo tem uma causa;


Refutação do argumento cosmológico por Peter Millican:

‘Então, o quão forte é a hipótese de William Craig para o deus cristão?

Vou começar com o seu favorito argumento cosmológico de Kalam. A primeira parte na qual geralmente ele apresenta da seguinte forma, então temos: 1.Tudo que começa a existir tem uma causa. 2.O universo começou a existir. 3.Portanto, o universo tem uma causa.

O argumento, é claro, logicamente válido. Realmente, a conclusão segue trivialmente as premissas assumidas como verdadeiras. Mas não estou convencido por nenhuma das premissas. Onde está a evidência de que tudo que começa a existir tem necessariamente uma causa¿
 Certamente, existem muitas experiências alterando o mundo e novas coisas sendo formadas a partir das velhas, como quando uma casa é construída e uma planta cresce desde quando é semeada. Até onde posso dizer tais coisas que experimentei são realmente casualmente governadas, mas estas mudanças foram todos rearranjos de materiais já existentes e eu nunca experimentei coisas aparecendo na existência a partir do nada.
Assim, não posso inferir a partir da minha própria experiência que seja razoável esperar que algo seja criado a partir do nada. Se isto acontecer, sendo casual da mesma maneira. Além do mais, tais evidências de segunda mão que eu  tenho que tratam do assunto nos dizem na direção oposta. Partículas quânticas aparentemente pulam para dentro e para fora da existência a partir do nada, mas este comportamento parece um pouco aleatório. Assim os exemplos mais próximos que conheço da criação a parti do nada são não causais e temos mais razões para duvidar da primeira premissa de Craig.

As coisas ficam ainda piores do que isto. De cada mudança que experimentei no mundo tem, até onde posso dizer uma causa física. Mesmo ações pessoas como eu disse antes, acontecem por intermediários físicos. Todas as nossas evidências sugerem que a atividade mental é dependente da atividade cerebral. Em qualquer caso, eu nunca vi um mero pensamento criar um novo objeto.

Assim uma versão mais precisa desta primeira premissa Bill seria: Qualquer coisa que comece a existir tem uma causa física. Entretanto, se o universo é compreendido como incluindo todas as coisas físicas, então parece óbvio que ele como um todo não pode ter uma causa física. Tenho razões excelentes para duvidar, se este principio poderia ser válido como aplicado ao universo inteiro.

Isto ilustra o quão problemático pode ser estender qualquer princípio a partir de partes para inteiros, isto determina o que é suficientemente bem conhecido chamado de ‘falácia da composição. ’ Cada ovelha no rebanho do fazendeiro tem uma mãe, mas não quer dizer que o rebanho tenha uma mãe. E mesmo que se cada coisa física tenha uma causa, isto não quer dizer que a totalidade das coisas físicas tenha uma causa. Este ponto é ainda mais convincente a luz da relatividade geral de Einstein. Que implica que o espaço e tempo são de alguma maneira partes do universo físico.

Os únicos tipos de causas que podemos compreender incluindo causas inteligentes atuam no tempo. Se o tempo não existisse sem o universo físico, então é difícil compreender como a noção de causa poderia mesmo se aplicar na criação daquele universo.

Que tal a segunda premissa de Bill, que o universo começou a existir?

Para esclarecer o que está sendo alegado aqui, precisamos distinguir entre o nosso universo local, para o qual existe evidência do BigBang cerca de 13,7 bilhões de anos atrás, e o universo global, o que quero dizer todas as coisas físicas, seja em nosso universo local ou em qualquer outro lugar.

Pessoas que estudam os cosmos especulam agora sobre a possibilidade de existirem múltiplos universos. De fato, existem algumas teorias diferentes que poderiam prever isto. Eles também especulam sobre uma bolha oscilante ou universos em evolução em múltiplos Big Bangs. Assim, mesmo se o universo local começou mesmo a existir no Big Bang é inteiramente possível que tenha uma causa física dentro do universo global. Além disso, não existe contradição em supor que o universo global seja infinito no passado mesmo que o universo local não seja.

Bill se sustenta em duas razões para pensar ao contrário. Uma delas é que o infinito não pode ser real eu retornarei a isto mais tarde.

A segunda razão padrão de Bill ao negar que o universo seja infinito no passado aparece na física. E o teorema de Borde-Guth-Vilenkin que prova, fazendo suposições que parecem razoáveis que qualquer universo que estiver, na média, em expansão não pode ser eterno no passado. Um resultado interessante, de fato, mas não mostra nada tanto quanto Bill necessite. Em resposta a pergunta: ‘O seu universo prova que o universo deva ter tido um começo?’ Alex Vilenkin responde: ‘não. Mas prova que a expansão do universo deve ter tido um começo.’ Você pode contornar o teorema, ao postular que o universo estava contraindo em um tempo anterior. Existem teorias, como a cosmologia quântica em Loop associada à gravidade, que sugere precisamente tal contração anterior antes do Big Bang.

Em qualquer caso, o que é mais importante é que como as coisas estão agora é impossível ter qualquer confiança em rastrear nossas teorias físicas de volta ou além do Big Bang. Eles implicariam uma singularidade inicial ao ponto da infinita densidade, temperatura, pressão e curvatura, que presumivelmente nos princípios de Bill seria impossível uma vez que diz que infinitos reais não existem. Mas mais importante parece que a relatividade geral no qual tudo isto está baseado, é inconsistente com a mecânica Quântica, e se rompe em escalas infinitesimais. Logo, tudo que sabemos aqui é que a ciência não consegue lidar com isso, tentando levantar qualquer conclusão firme que parece pensamento positivo.

Isto não deveria nos trazer qualquer surpresa para qualquer um que já leu meu filósofo favorito David Hume: ‘quando olhamos além dos assuntos humanos, quando levamos nossas especulações para as duas eternidades antes e depois do estado presente das coisas da criação e formação do universo, a existência e propriedades de espíritos, o universo espiritual infinito e incompreensível. Nós devemos ficar bem distantes da menor tendência para que o ceticismo não seja apreensivo, de que o que temos aqui está muito além do alcance de nossas faculdades’.

Tudo que nós sabemos sobre a física moderna sugere que em escalas muito pequenas e muito grandes as noções intuitivas do que faz sentido são guias duvidosos para a verdade. Assim, as tentativas de Bill de aplicar princípios comuns cotidianos sobre causa e sobre infinitos até o começo do universo, quando o tempo começa e nossas teorias postulam singularidades infinitas me impressionam, como muito pouco persuasivas, muito a parte das dificuldades específicas que já comentei anteriormente.

Da mesma forma, quando argumentamos de que o universo físico tenha uma causa, então isto deve estar em uma mente material. Lembre-se de que não temos qualquer evidência de que mentes possam existir na ausência de um sustento físico. Então, a ideia de que uma mente talvez exista na ausência de um universo inteiramente físico é uma completa especulação.


Parece muito mais plausível, para mim, dizer que se, com exceção de tudo o que eu disse, o universo físico não tem uma causa não física, então esta causa é provavelmente algo que somos completamente incapazes de compreender, porque não tem nenhuma relação com qualquer coisa que experimentamos. Nem de um objeto físico conhecido, nem uma entidade abstrata, nem uma mente. Somos animais físicos finitos. Evoluídos para viver e perceber em um mundo de objetos de tamanho médio. Não existe qualquer outra razão para supor que nossas faculdades animais sejam adequadas para compreender as origens ou a possibilidade de histórias infinitas de mundos.

Obrigado POR ler!
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Item Reviewed: Argumento Cosmológico Refutado Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli