Desconversão
2.2 – Moralidade
Como um Jovem Cristão, eu não
tinha dúvidas sobre um criador totalmente bondoso e meu criador divino, fosse a
fonte de toda moralidade. O que quer que fosse bom, era bom porque ele o fez
bom. Qualquer coisa que fosse boa, era boa porque ele desejou que fosse boa.
A bíblia deixava claro que Deus
queria que fizéssemos o bem em seu nome e a bíblia era o primeiro lugar que eu
olhava, para me guiar onde agir e como me comportar. Eu inicialmente cresci
achando que a bíblia era uma espécie de guia moral, que poderia explicar
qualquer situação na vida com que eu viesse a e defrontar, afinal, era a
palavra de Deus. E é verdade que a bíblia tem um papel de me influenciar de
maneira geral, como eu ajo com as pessoas. Por exemplo, Mateus 5: 38-42, eu sempre dou a outra face, eu era extremamente
dócil quando criança. Mateus 7:12, eu tratava os
outros como eu deixava que cuidassem de mim. Êxodo
20:2- 17, e eu não fiz nada obviamente errado, do tipo, matar, roubar ou
desrespeitar meus pais. Efésios 6:1, eu achava
que essas ideais caiam como uma luva na jurisdição da regra de ouro.
Contudo, ficou claro bem cedo em
minha vida, que a bíblia nem sempre era o bastante. Ela não tinha informações
suficientes para lidar com cada situação em minha vida. Eu sempre queria fazer
o que era certo, mas o que eu deveria dizer para as outras pessoas? O que eu
deveria fazer com meu tempo? O que eu deveria conquistar em minha vida? Como eu
deveria interagir com as garotas¿ como exatamente eu deveria interagir com
pessoas em geral ?
Nada disso estava bem claro
utilizando somente a bíblia como fonte de conhecimento. Nesse momento foi que a
minha relação pessoal com Jesus Cristo e a direção dada pelo espírito Santo
começou. Comecei a ter visões, sentimentos e recebia inspiração, que eu sabia
que seriam santas, eu sentia o espirito Santo me conduzindo pelo meu dia a dia
em minha vida. Dizendo para fazer isso ou não fazer aquilo. Isso se tornou meu
grande apoio moral e refletindo nisso, só me pareceu aparente, como o Espírito
Santo me guiava para a decisão moral correta quando eu O ouvia.
Quando eu tinha uns 19 ou 20 anos,
eu sentia que eu tinha a moralidade praticamente entendida. Isso mudou quando
eu tive que assistir aulas de ética profissional como aluno da faculdade.
Eu achava que ética era um assunto
extremamente importante e eu achava que essas aulas iriam trazer informações
válidas para outras pessoas da classe. Eu sentia que a maioria das pessoas da
minha idade, não tinham a base moral forte como a minha, para as decisões e
atitudes em suas vidas, como eu tinha. E poderia acontecer que no processo de
assistir aulas, eu até poderia vir com exemplos para as pessoas seguirem se a
oportunidade aparecesse.
Eu estava claro aberto para a
possibilidade de que eu aprendesse algo novo, mas eu estava quase certo de que
eu cursaria o curso sem aprender muito. Me preocupava de fato, que talvez eu
até ficasse entediado com as aulas, eu realmente não precisava que me dissessem
o que era certo ou errado. Eu basicamente já sabia o que precisava saber.
Um dos textos da aula era chamado
‘Sendo Bom’, enquanto eu tentava manter a mente aberta, eu receava ficar
entediado de ter que ler um livro inteiro sobre ser bom. Eu já era bom. Eu não
precisava ler um livro inteiro para me convencer a ser bom.
Tudo isso mudou com uma simples
frase de nosso professor:
‘Está aula não é sobre ensiná-los
a serem bons. Eu sei que vocês são boas pessoas. Eu sei que todos vocês desejam
serem bons. Ética não é sobre dizer as pessoas como serem boas, é sobre ajudar
boas pessoas a tomarem boas decisões quando essa melhor decisão nem sempre é
clara.’
Está frase, mudou completamente o
meu entendimento sobre o que era o curso. Outra coisa que me afetava era a
maneira que o nosso professor apresentava posições, que ao final, ele terminava
discordando.
Quando existem dois lados
disputando, você raramente poderia dizer qual lado o professor iria terminar
concordando, até o final, quando todos, mutuamente chegávamos a um acordo de
qual seria a melhor conclusão. Esse tipo de objetividade era uma coisa que eu
raramente havia testemunhado antes e definitivamente não testemunhei tanto
disso em uma única questão.
Começou a ficar claro que e tinha
muito a aprender com esse curso, o que não estava claro era se meu professor
acreditava em deus ou não. Eu sempre assumi que toda pessoa inteligente, ética
e de mente aberta, acreditaria em Deus. Estava claro que meu professor era uma
pessoa inteligente, ética e de mente aberta, mas não estava claro se ele
acreditava em Deus. Apesar do fato de eu não conseguir descobrir as crenças
pessoais de meu professor, Deus apareceu em um assunto bem cedo no semestre.
O professor deixou claro que
nenhuma prova poderia ser conclusiva para dizer se Deus existe ou não, mas
assumindo que deus existisse, meu professor falou da relação de Deus com a
ética sob a forma do Dilema de Êutifron:
I.
O que é moral é comandado por Deus porque é
moral?
II.
É moral porque é comandado por Deus?
O professor argumentou que a
segunda proposição é absurda. Por exemplo, se as coisas são morais porque Deus
comanda, então Deus poderia comandar qualquer coisa que essa coisa se tornaria
‘moral’. Isso é chamado de Teoria do Comando Divino. O problema com isso é que
Deus poderia comandar o estupro, assassinato, abuso infantil, e essas coisas
não só seriam boas, mas moralmente obrigatórias. Faria a palavra ‘bom’ ficar
sem sentido, porque não haveria padrão para julgar o que é bom. Não haveria
valores fundamentais, seria qualquer coisa que Deus aleatoriamente decidisse
que seria boa e isso não alinhava com o deus que eu conhecia.
Então, se a moralidade, não era a
mesma coisa que a ‘Opinião de Deus’, então moralidade seria alguma coisa
separada de Deus, que deus sabia como matemática e filosofia. E como essas
disciplinas, deus no deu as capacidades mentais para descobrir a moralidade com
nossa faculdade da razão e experiência, mas, seria nossa própria
responsabilidade de usa-la, se desejarmos fazer o que é certo.
Uma das maneiras que aprendemos a
relevância da razão para a moralidade é através de casos de estudo. Um dos
primeiros casos de estudo que olhamos, foi a decisão de lançar o ônibus
espacial Challenger.
O lançamento ocorreu em Primeiro
de Janeiro de 1986, foi altamente notificado porque era a primeira vez que uma
civil, uma professora de escola chamada Christa McAuliffe, estaria abordo de
uma missão da NASA. O lançamento terminou em um dos primeiros maiores desastres
do programa espacial americano. 73 segundos em vôo, a challenger desintegrou-se
no ar. Matando toda sua tripulação e destruindo milhões de dólares em
equipamentos. Antes de fazer este curso, eu sempre via desastres como o
challenger como sendo puro acidente, que estavam completamente fora de nosso
controle. Eu nunca havia visto que as decisões que levaram ao desastre, como
tendo qualquer tipo forte de responsabilidade ética, mas eu lentamente estava
entendendo que as decisões éticas que fazemos como uma comunidade, alcançam
muito mais que o campo pessoal, que eu achava que deveria ser antes de fazer
essas aulas.
A dificuldade moral final que eu
deveria enfrentar em minha vida como cristão, era se eu estava fazendo as
coisas porque eu achava que elas era boas ou porque eu queria entrar no
paraíso. Eu resolvi que Deus queria que eu fizesse o que era certo porque era certo,
não porque eu queria entrar para o paraíso. Para ser verdadeiramente moral, eu
me de conta que eu precisaria fazer a coisa certa, mesmo que isso significasse
que eu sofreria as chamas do inferno, por toda eternidade por fazê-lo. Nada!
Nem mesmo a ameaça de ir para inferno
deveriam deter-me de fazer o que era verdadeiramente certo. Essa é a verdadeira
moralidade.
Eu fiz um pacto consciente com
Deus, nesse ponto da minha vida. Eu disse a ele, mesmo que não houvesse um
paraíso esperando por mim quando eu morrer, eu ainda assim faria o que é certo
ao olhos de Deus. Eu sabia que isto era o que Ele realmente queria para mim.
Ficou claro, que moralidade era uma coisa que Deus queria que eu descobrisse,
não algo que ele sempre ditava para mim diretamente e definitivamente não era
algo que ele quisesse que eu fizesse por algum tipo de recompensa eterna
egoísta ou medo da punição eterna.
Descobrir o que é verdadeiramente
moral, usando minha alma, meu coração e minha mente, era minha
responsabilidade, era uma tarefa que eu deveria exercer cuidadosamente e não
descuidadamente.
Ele me deu todas as ferramentas
que eu precisava, para descobrir o que era certo, mas eu tinha que fazer o
trabalho pesado, que era necessário para encontra-lo.
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