Desconversão
2.5 – Relacionamento pessoal com Deus – Parte I
Desde que eu era criança, me
ensinaram a ver Deus em tudo. Em qualquer evento miraculoso. Em qualquer
maravilha científica. Em qualquer intricada relação com a matemática. Em
qualquer interação pessoal fortuita. Tudo tinha a mão de Deus.
Deus era a fonte de Toda a Beleza,
todo o poder e de todo o conhecimento. Tudo o que eu experimentasse, tanto boa
quanto ruim era por causa Dele. E todas as coisas levavam a sua glória. Todas
as coisas vão ficar melhores através Dele, mesmo quando elas parecem ruins.
No final das contas a mão de Deus
guia tudo, incluindo minha vida. Foi desde pequeno que eu aceitei Cristo em
minha vida que eu comecei a me sentir guiado por Deus. Qualquer intuição que eu
tivesse para grandes coisas em minha vida era tida como sendo um sinal da
Existência de Deus.
Toda vez que eu podia ver
claramente uma situação em minha vida, eu sabia que era por causa de Deus. Eu
aprendi a associar qualquer experiência luminosa com a direção e a presença de
Deus. Eu aprendi a associar percepção recebida tanto na prece quanto no
pensamento como direcionamento de Deus. De fato, as vezes esse direcionamento
parecia pessoal que eu podia literalmente sentir a presença de Jesus, como se
Ele estivesse perto de mim ou em meu coração (lembrar das EQMs) da maneira que
a bíblia diz:
‘Jesus Bateu na porta de meu
coração e me pediu para abri-lo’ e assim o fiz. Jesus vivia em meu coração e
afetava cada ato meu. Toda compaixão, toda sabedoria, todos os esforços de
lealdade, eram canalizados pelo exemplo de Jesus Cristo.
Algumas vezes, quando com medo,
solitário ou em sofrimento, uma voz falava comigo. Me confortando, me guiando
pelo labirinto de minha própria mente. Eu comecei a associar essa voz com Deus
e Ele frequentemente em tempos de grande sofrimento, como um anjo da guarda,
essa voz me protegia dos meus próprios medos.
Quando eu fui batizado no Espirito
Santo, eu associei esse aspecto particular de Deus com o Espirito Santo. Eu
aprendi que essa voz que eu ouvia a minha vida inteira. Era a voz do Espirito
Santo. Depois de ser batizado depois da 6º Série, eu me foquei nesta voz e seu
discernimento se tornava intenso. Essa voz parecia diferente da minha própria
voz interna, porque ela falava com um tom de autoridade e tudo que ela dizia
parecia profundo, inspirador e importante. Toda vez que eu ouvia uma voz como
essa, eu a chamava de a voz de Deus falando comigo. Eu fiquei focado ao ponto
da obsessão com o direcionamento e aprendi a ver o Seu discernimento não só
nessa voz, mas nas ações e palavras daqueles que estavam a minha volta, dos
textos da bíblia e imagens que apareciam em minha mente. Eu tinha certeza
disso, como os autores da Bíblia tinham sidos inspirador por Deus, eu também
era.
Essas imagens eram meu guia e as
coisas que elas diziam tinham que ser compreendidas com um profundo pensamento,
prece e discussão com os outros. Essas imagens eram poderosas e carregavam um
profundo significado. Essa era uma das mais frequentes maneiras que eu sentia
Deus se comunicando comigo.
Chegou a um ponto que ficou
difícil determinar se as imagens que eu estava vendo, vinham de deus ou de
minha imaginação, mas eu sempre sabia qual era o quê por causa dos sentimentos
associadas com elas. Eu comecei a crer que as imagens do Espirito Santo eram
aquelas que eu via na igreja ou eram associadas a temas religiosos, como a
vontade de Deus ou a Bíblia. Essas eu sabia, eram o Espirito Santo.
Eu sentia a presença tangível de
Deus na igreja. Quando estávamos todos juntos algumas vezes o Espirito se movia
por todos nós. Eu tinha certeza de que isso era Deus e qualquer um que tivesse
visto isso veria a Deus e saberia que Deus era real. Eu sentia a presença de
Deus pessoalmente, quando eu rezava para o Espirito Santo voltar para mim e me
fazia falar em línguas novamente, o que era uma coisa que eu fazia quase todas
as noites por quase um ano após ter sido batizado.
Na época que eu entrei para a
faculdade eu estava certo que Deus havia me guiado por toda a vida e
ousadamente compartilhei esse fato em me discurso introdutório para meu curso
de oratória da faculdade.
Quando falava com ateus em fóruns
on-line na faculdade, eu sentia que Deus colocava palavras especiais em meu
coração para compartilhar com eles. Essas palavras vinham em uma fagulha de
inspiração e clareza, onde eu sentia que Deus estava a me indicar precisamente
quais palavras dizer e compartilhar com eles. Esse sentimento me guiava em cada
palavra com o professor.
Essas percepções do meu
relacionamento com Deus, era minha mais forte evidência de que ele existia.
Para mim, a minha experiência de Deus era totalmente real, como o mundo visível
ao meu redor. Tão real quanto as pessoas que eu via, os papeis que eu escrevia
ou das maravilhas do universo. Para mim essa experiência era a realidade. Dado
que eu senti, que tinha um foco muito forte na minha fé cristã, eu primeiro
pensei que eu talvez devesse me tornar um pastor, um evangelista ou um
missionário quando eu crescesse, mas entretanto eu era uma pessoa muito tímida
e não tinha certeza se isso se compatibilizaria com minha vida pessoal. Também
eu sentia que Deus me sinalizava que para que eu devesse perseguir o
conhecimento de tecnologias, ciência e filosofia.
Eu também sentia que essas
criações de Deus haviam sido negligenciadas pela comunidade da igreja como um
todo. Então, eu achei que poderia iniciar uma missão única em minha vida, uma
conectada ao meu amor por tecnologia.
Eu tinha a certeza que deus usaria
esse meu interesse através de mim, para comunicar a sua maneira em uma forma
que alcançasse milhares de pessoas. Uma das coisas mais fortes que eu sentia
para qual deus estava me guiando, era para criar um vídeo game que glorificasse
sua soberania sobre a terra, e em especial a realidade espiritual de onde ele
nos guiaria. Para criar este vídeo game e fazê-lo atingir uma grande audiência,
eu tinha que conseguir uma formação em Ciências da Computação. Para conseguir
este diploma, eu tinha de assistir muitas matérias, que através dessas
matérias, meu conhecimento e deslumbramento sobre Deus sobre as maravilhas do
universo de Deus, cresceram.
Durante essas aulas, eu segui a
orientação do Espirito Santo de perto, eu seguia as imagens que eu recebia
durante as preces e pensamentos e seguia elas como se fosse a vontade de Deus.
Apesar de ver as pessoas caindo a minha volta, acabou que o curso se mostrou
bem difícil e bem técnico.
Minha devoção para obter
conhecimento e orientação de Deus, sempre me fez perseverar. Essa estratégia
pareceu funcionar de maneira impecável durante a faculdade, até chegar dois
anos antes de minha graduação. Ironicamente o mesmo ano em que eu conheci o
professor.
Alguns meses antes de conhecer o
professor, eu estava passando por uma dificuldade sem precedentes, em meu
currículo em minhas aulas de estatísticas que eu assistia. Em resposta a essas
falhas, eu apenas aumentei a minha devoção a prece e buscar o direcionamento de
deus. Isso se mostrou um problema. Sem estudar a matéria das aulas, com apenas
a oração, minhas notas caiam cada vez mais.
Eu comecei a Ler a bíblia
Diligentemente, procurando a sabedoria de Deus como mostrada por Paulo no novo
testamento ou indo a igreja e buscando a inspiração de Deus nos meus
companheiros cristãos. Mas, o mais importante, eu buscava pelas vozes e pelas
imagens que pareciam ter me guiado por toda minha graduação até este ponto, mas
nada estava funcionando.
Essa foi a primeira vez que isso
ocorreu em minha vida. A vontade de Deus me parecia tão clara quando eu era
jovem (conforme a maturidade avança em idade, deixamos de agir com frequência
baseando-se nas emoções e começamos a agir de forma racional, por isso as
emoções perdem seu efeito com o tempo) mas de repente nada estava funcionando.
De repente a vontade de Deus estava oculta para mim, nada parecia profundo.
Nada parecia importante. Nada parecia ter o claro sinal da vontade de Deus. Eu
me sentia perdido em um oceano de informação. Eu sentia que não podia discernir
a vontade de Deus mais. Como se aprender sobre o mundo através do meu currículo
tivesse feiro o mundo ser mais complicado do que era. A única hora que eu sentia
algum tipo de fogo apaixonado em minha vida que indicava um crescimento
espiritual, era quando eu falava com ateus.
Por causa disso eu fiquei obcecado
e me devotei a falar com ateus. Era a única hora que eu sentia a voz
autoritária de Deus e a imagens claras e sentia profunda paixão voltando para
mim.
Essa estava se tornando minha nova
missão.
Eu estava preocupado com as falhas
sem precedentes que eu estava experimentando, tanto acadêmicas como em minha
vida pessoal, em que eu tinha poucos amigos. Sentia que estava falhando em
conseguir relacionamentos românticos. Eu estava me preocupando que eu não
pudesse discernir a vontade de Deus. Eu estava me preocupando com o fato de eu
não sentir mais nada quando ia a igreja. E eu não sentia mais Espirito Santo me empurrando para falar em
línguas.
Eu estava me preocupando com o
fato de que quando ainda falava em línguas, não parecia mais ser especial. Mas
ao invés disso, por alguma razão desconhecida, de repente parecia vazio e pouco
representativo. Mas mesmo assim, eu ainda buscava experiências que pareciam
canalizar a Vontade de Deus e debater com ateus era o único lugar onde eu
sentia isso. Era a única hora que eu sentia que ainda estava crescendo e quando
eu via que estava brilhando. Então quando Deus me colocou nesse diálogo com o
professor, eu me agarrei nele.
Era a primeira vez em anos que eu
sentia que Deus estava me mandando e direcionado, claramente e completamente em
um caminho do Espirito que iria endurecer e fortalecer. Como uma prova severa
com a pressão de Deis me reformando, eu entrei na conversa confiante de que
seria a vontade de Deus, era a única coisa em que Deus parecia estar me
guiando.
Fim da parte I.
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