Desconversão
2.7 – Perdendo Deus
A medida que as ideias do
professor se acomodavam em minha mente, eu estava tendo problemas para negar a
possibilidade e solide racional. A força absoluta de lógica estaca ficando
difícil de resistir. De fato, olhando
para trás em nossa conversa, todo o seu direcionamento não parece ter ido no
sentido que Deus havia me assegurado que iria.
Nada do que eu disse ao professor
o persuadiu. Todos os passos lógicos que nós tomamos na conversa me deixava
cada vez mais longe de Deus. Talvez eu estivesse errado a respeito da lógica.
Talvez eu estivesse errado sobre essa conversa. Talvez eu estivesse errado que
Deus tenha me levado até aqui. Talvez toda essa conversa tenha sido um grande
erro. Eu fui para a sala ao lado e deitei no sofá, com minhas mãos sobre meu rosto
e rezei desesperadamente, pedindo a Deus para me dar algo, qualquer coisa que
persuadisse o professor, que justificasse e suportasse a minha crença. NADA
VEIO.
Eu estava desistindo da lógica.
Eu corri para o meu computador e
respondi ao último e-mail do professor:
‘Eu fiz uma escolha, se eu tiver
que desistir da lógica para servir a Deus, é o que eu devo e vou fazer. O
joelho vai curva-se, a língua vai confessar, eu sei que não acredita, mas eu
creio.’
Em uma hora o professor respondeu:
‘você fez uma escolha¿ Jesus
Cristo, você só tem 21 anos de idade. Você não tem ideia de quem você é ou o
que quer fazer com sua vida. ‘
Eu estava contra a parede,
logicamente e emocionalmente. Eu não tinha ideia do que fazer. Então eu liguei
para meus pais. Eles perceberam que eu estava angustiado, mas não podiam dizer
o que estava errado. Eu tentei racionalizar o assunto com meu pai:
Filho - ‘Pai, você alguma vez
pensou que talvez a bíblia esteja errada? O que você diria se alguém que tem
evidências de que ela está errada e lhe mostrasse essas evidências ?
Pai – ‘Eu diria que não é o que eu
acredito, e se eles não gostassem, o problema é deles! E se eles me falassem
esse tipo de porcaria, eu não falaria mais com eles.’
Filho – ‘Mas se eles estivessem
tentando ajudar? e se fosse verdade ?
Pai – ‘Jesus nos falou para
vivermos pela fé e que Ele nos traria salvação. Ele nunca disse, eu lhes trago
a verdade!’
Ele disse a palavra ‘verdade’ com
desprezo. Como se não fosse importante.
Mas além de Deus, a verdade era a
coisa mais importante do mundo para mim. Espalhar a verdade era exatamente o
que eu achava que Deus queria que eu fizesse com a minha vida. Eu nunca achei
que Deus e a Verdade estivessem em conflito. Eu nunca achei que teria que
escolher entre eles.
A dura realidade da situação era
emocionalmente destruidora.
Eu tinha certeza que sendo um
cristão por toda a vida, meu pai teria uma fé forte, um conhecimento balizado
que ao menos me ajudassem a lidar com esses assuntos e voltar para Deus. Mas ao
invés disso, sua resposta era mais desconcertante. Ele confirmou o que o
professor me disse que ocorreria se eu trouxesse o assunto para outros
cristãos.
Neste ponto eu me debulhava em
lágrimas. Eu falei com minha mãe, ela me perguntou se eu estava bem, eu disse
que era sobre deus.
Mãe – ‘Está tudo bem entre você e
Deus?’
Filho – ‘Sim, eu me sinto mais
perto Dele do que nunca. ‘
Estranhamente, eu realmente
sentia. O que eu não contei a ela era que o sentimento estava variando. Que em
um momento eu sentia que Deus me segurava com carinho na palma da mão e depois
eu sentia que ele nunca existiu.
Filho – ‘É como Jesus, quando ele
estava sendo tentado quando ele foi crucificado¿ E como ele sentiu que o mundo
estava sobre seus ombros, como se chama aquele lugar?
Eu peguei a bíblia e a folheava
enquanto ela pensava.
Mãe – ‘Ah ... Getsêmani.’
Filho – ‘É, é tipo assim.’
Eu não queria espalhar meu pânico
para meus pais. Eu tinha que resolver isso por mim mesmo. Eu disse a minha mãe
que eu ficaria bem. Eu disse ao meu pai para continuar rezando por mim. Eu
fiquei em silêncio.
Não demorou muito para que minha
mente, se livrasse de minha proibição para usar a lógica. Eu comecei a
considerar seriamente:
- E se Deus nunca tivesse
existido?
Doía em meu coração só a ideia de
pensar nisso. Como ser derrubado em um tonel de ácido ou transformasse em um
vampiro. Eu senti que estava perdendo a coisa mais importante de minha vida. A
medida que o veneno dessas ideias corriam pelas minhas veias, eu tentei
resistir e não pude. FAZIA DEMASIADO SENTIDO.
Eu não sabia na época, mas eu
estava entrando em uma fase da minha vida que eu não podia mais acreditar em
Deus. Não importa o quanto eu tentasse.
Deitei no meu sofá e rezei de
novo, com as mãos sobre meus olhos, mas desta vez, eu sentia que ninguém está
lá para ouvir o que eu tinha a pedir.
Na manhã seguinte, quando eu
acordei sozinho no meu apartamento. Pela primeira vez em minha vida eu me senti
verdadeiramente solitário.
Ao abrir a porta de meu
apartamento eu senti um Mysterium Tremendum do mundo vaioz e espaçoso que me
saudava. Como olhar para um grande copo d’água
que aprece não ter fundo.
Aquele mundo antes colorido agora
parecia escuro, sem cor e amedrontador. Como algo morto que se colocou a pele
por cima para imitar a vida de verdade.
Esse sentimento de estar
desconectado, enquanto eu andava em direção ao ônibus para ir a aula. Eu as
vezes pensava que quando eu olhava para os olhos das pessoas eu via Deus
através de seus olhos, mas agora esses olhos pareciam amedrontadores e
desconhecidos.
O que controla o mundo se não há
Deus? O que me protegeria e me conectava com outras pessoas?
O professor me disse uma vez que
eu seria como uma tartaruga sem casco se eu pulasse de cabeça nisso. Agora eu
podia ver e sentir que ele estava certo.
Com o passar da semana a meu
simulacro de Deus começou a falhar em minha mente. Ao invés de me sentir amado
e sábio, me sentia sombrio, agourado, beirando a esquizofrenia. Me empurrava a
fazer coisas bizarras e aleatórias como que não faziam sentido como colocar a
minha mochila em pontos específicos do banco que eu estava sentado.
Mais do que antes, eu pensava que
esse suposto direcionamento divino era a parte do meu cérebro responsável por
solucionar problemas aleatórios o tempo todo, tentando preencher o
direcionamento de um criador onisciente. Eu tentei ignorar esse programa
absurdo que estava funcionando mal em meu cérebro e assim continuar a vida.
Ao encarar essa possível
realidade, minha vida se tornou um verdadeiro inferno.
Finalmente eu enviei um e-mail
para o professor para lhe contar pelo que eu estava passando. Ele respondeu:
‘Isso é normal. As vezes leva
tempo para que a parte emocional do cérebro alcançar a parte lógica do cérebro.
‘
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