Emoções não diferem
entre o que é real e o que é fantasia
“Muitas vezes
acreditamos em alguma coisa não por ser verdadeira, mas porque necessitamos que
seja verdadeira para satisfazer nossas necessidades e carências”.
A pessoa não precisa ser nossa amiga
para que sua falta de sorte desencadeie nossa reação empática. Pode ser um
estranho completo, que pode nem sequer estar em nossa presença. Podemos vê-lo
na tela da tevê, ou em um filme, ou ler sobre, em um jornal ou livro. Embora
não haja dúvida de que podemos nos emocionar com a leitura apenas, é
surpreendente que algo que surgiu tão tarde na história de nossa espécie — a
escrita — possa gerar emoções.
Imagino que a linguagem escrita seja
convertida em sensações, visões, sons, cheiros ou até sabores em nossa mente e,
depois que isso acontece, essas imagens são tratadas como qualquer outro evento
pelos mecanismos de avaliação automática, para originar emoções. Se
conseguíssemos bloquear a criação dessas imagens, acredito que as emoções não
seriam evocadas somente pela linguagem.
Emoções não diferem entre o que é real
e o que é fantasia. Isso implica que um único sistema é responsável por
direcionar as emoções tanto para o que é real quanto para o que é fantasia, sem
fazer diferença entre os dois. Nossas emoções existem para dar sentido aos e
não para dizer se algo é verdadeiro ou falso. Não cabe ao que sentimos dizer
que algo é real ou falso, mas sim dar sentido e valor para os objetos ao nosso
redor – Objetos podem ser qualquer coisa desde pessoas, até mesmo casas, caeta
e etc.
Nossas emoções interferem em nossa visão
do mundo e assim passamos a interpretar a realidade conforme nossas emoções.
Uma vez que isso acontece, o que é certo ou errado pode ser distorcido, sendo
assim buscamos satisfazer o que sentimentos ao invés de nos focar na solução correta
do problema.
Como as emoções não diferem o que é
real do que é fantasia, então é esperado que mesmo quando alguém chegue ao
período adulto, continue acreditando em mentiras. Por exemplo, a paixão de uma
amiga por alguém indevido ou fazer algo errado pelo simples fato de fazer a
pessoa se sentir melhor, são ótimos exemplos.
O que sentimos pode nos levar a fazer
coisas incríveis assim como pode nos levar a cometer atos horríveis. Pra piorar
o que sentimos pode nos obrigar a querer resolver alguma situação de uma
determinada maneira pois querendo ou não o que sentimos é um forte motivador.
Esse motivador pode nos levar a proteger o que temos ou a destruir nossa vida
ou a vida de alguém, piorando assim a situação. Os crimes passionais são
excelentes exemplos de como o que sentimos pode ficar tão intenso ao ponto de
nos levar a cometer atos horríveis.
O que sentimos nos influencia durante
toda nossa vida e em todos os estágios de nossas vidas. Não podemos controlar o
que sentimos mas podemos aprender a lidar da melhor maneira com o que sentimos.
A melhor saída para lidar da melhor forma possível com o que sentimos é
desenvolvendo nossas capacidades emocionais, intelectuais mas acima de tudo,
adquirindo conhecimento de como lidar com diferentes situações. Não é o
resultado que realmente importa é o processo que nos leva a obter os melhores
resultados que realmente importa.
A razão de milhares de pessoas
acreditarem em tantas coisas diferentes é porque o que elas sentem foi direcionado
para certas ideias criando assim verdades pessoais que interfere no
desenvolvimento emocional. Mesmo que essas ideias sejam falsas ou ilusórias,
para quem acredita, são verdadeiras. Acredito que esse é uma das influências
mais interessantes que o ser humano tem. Uma vez que nossas carências e necessidades
foram direcionadas para alguma ideia, mesmo que essa ideia seja ruim ou
prejudicial para nós, essa ideia será programada em nós como a coisa mais
importante do mundo, influenciando nas questões existenciais, gerando assim o
que chamam de “propósito de vida” ou “sentido de vida”. Mesmo que a ideia seja
uma completa fantasia o indivíduo irá acreditar nessa ideia como a coisa mais
sagrada do mundo e irá proteger o que sente, independente da razão, da lógica e
principalmente do que é certo ou errado.
O que sentimos não deve e não pode
ser aquilo que determina o que é certo ou errado. O que sentimos pode mudar o
que é certo errado, privilegiando alguns e prejudicando outros. Em toda
civilização onde as emoções eram a base do que é certo ou errado, essa
civilização nunca progrediu. Você pode confiar no que sente, mas não confie
100% no que sente pois o que você sente pode te ajudar e te fazer bem na
maioria dos casos, porém o que você sente pode te colocar em apuros e nos
piores casos te fazer perder a vida ou agredir alguém.
O que sentimos não serve para definir
o que é certo ou errado, e as pessoas que usam o que sentem para definir o que
é certo ou errado, geralmente são pessoas que causam grandes problemas. Como as
emoções não diferem o que é real do que é fantasia, é esperado que muitas
pessoas acreditem em fantasias e queiram vender essas ideias falsas e
prejudiciais pra você. É importante que entenda que cada ideologia ou filosofia
de vida tem certos níveis de desenvolvimento e geralmente dizem que o que eles
ensinam é correto. Na maioria dos casos eles acreditam por definição, ou seja,
é verdade porque acreditam, porém sabemos que qualquer ideologia ou filosofia
de vida que não avalia os níveis de desenvolvimento, adaptação e conhecimento
que oferecem, dificilmente será uma boa filosofia de vida para te ajudar a ser
alguém melhor. O que ensino é baseado apenas nos níveis mais elevados de
desenvolvimento, ignorando completamente as questões ideológicas e políticas. Em
outras palavras o que você acredita ou deixa de acreditar, não interfere em seu
desenvolvimento. Minha dica é para não permitir que suas crenças e ideologias
te impeça de alcançar sua melhor versão. Acredite ou não, o que você acredita
ou deixa de acreditar, pode interferir em seu desenvolvimento e prejudicar sua
vida. Não tenho interesse em te tornar meu fã e muito menos tenho o interesse
que me siga.
Para definir o que é real e o que é
fantasia temos que deixar de lado aquilo que acreditamos e temos que passar a
usar a razão e a lógica. Quando ignoramos a razão e a lógica nos colocamos em
situações nada agradáveis. Por essa razão o “argumento pessoal” não é aceito
como um argumento válido, pois não ajuda a diferenciar o que é real do que é
ilusão. Para finalizar, muitas pessoas tomam decisões baseadas no que sentem, e
na maioria dos casos, essas pessoas acabam nos prejudicando. Temos que aumentar
nossa resistência emocional pois pessoas que seguem o que sentem, na maior
parte dos casos, não possuem responsabilidade emociona.
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