Como jogar contra jogadores Agressivos?
A vantagem dos jogadores agressivos é a vantagem de se
usufruir da fraqueza que você demonstrar.
Demonstre fraqueza, jogadores muito agressivos tendem a se
aproveitar muito da fraqueza de seus adversários, principalmente quando dão
check no flop quando são os agressivos ou se aproveitam de você no turn. Tendem
a aplicar muito o check-raise ou tomar a iniciativa.
A melhor forma de vencer esses jogadores é no estilo TAG.
Contra jogadores agressivos usaremos algumas alternativas pré-flop.
Com 18-15 BBs evitaremos aumentar tendendo assim ou ir allin
ou aumentar 3-6 Big blinds. Normalmente esses jogadores tendem a pagar no Big
blind para ver o flop e tentar tirar alguma vantage de você no pós flop. Quando
você deixa caro e com uma stack deste tamanho, ele perceberá que está colocando
um valor alto em relação a sua stack, desta forma eles compreenderão que pagar
não é uma boa ideia.
Com mãos como AT, AJ, 22-TT, tenda a ir allin se for o SS,
mesmo com 18 BBs. Neste caso, ele não terá odds o suficiente para pagar com AJ
– A9, e muitas vezes até TT eles largam, raramente.
Em alguns casos, com AA-JJ / AQ-AK, aplicar um raise comum
de 2,5x BB. A neste caso é permitir que seu adversário entre no pote, já que
ele gosta de ver potes e atacar fraquezas. Ao invés de demonstrar força,
demonstre fraqueza. Por exemplo, o flop traz 782 com duas de espadas. Existe
dois caminho a seguir, apostar menos de 40% do pote (demonstrar fraqueza) ou
dar check (outra forma de demonstrar fraqueza).
Vamos analisar um pouco mais sobre isso, através de um
exemplo. Fui jogar online e estive em problemas com jogadores agressivos, perdi
cerca de 40 mil fichas demonstrando fraqueza para jogadores agressivo e percebi
o poder que os jogadores agressivos possuem sobre seus adversários, por causa
disso me empenhei para bolar estratégias contra esses jogadores.
Minha ideia é enganar o jogador agressivo utilizando seu
conhecimento contra ele mesmo. Existem dois tipos de jogadores agressivos
(existem outros , mas me refiro a outra coisa), os que conhecem seus adversário
e os que não conhecem o nível de jogo de seus adversários.
Normalmente os jogadores agressivos se encontram na segunda
categoria, e os da primeira categoria podemos enganar poucas vezes, já que esses
compreendem do jogo e rapidamente utilizam uma contra estratégia contra você.
Podendo ser 4 bet Light ou não jogar mais contigo por um tempo.
Jogadores agressivos veem fraqueza e gostam de a punir com
raise, check-raise, allin gigantes e assim por diante. Quando demonstramos
fraqueza, é como se o cérebro desses jogadores se acendessem, e dizer é hora do
show. Baseado nisso, podemos ter grande vantagem ao demonstrar fraqueza quando
estamos fortes e demonstrar força quando não temos nada.
Eis um exemplo de um erro que cometi contra um jogador
agressivo, da qual a fatiada me deixou em maus lençóis.
Eu abro de LP (posição final), melhor do Botão com AT com o
A de espadas, e meu adversário no Big Blind me paga. Aqui é óbvio que ele iria
pagar, eu tenho 15 BBs, e abro 2,1xBB, o cara está recebendo quase 3-1 e sem
dúvidas irá pagar com muitas mãos.
O flop traz 872 com duas de espadas.
O vilão da check, olho para o pote e faço uma aposta de 40%
do pote, e meu adversário empurra um check-raise allin e eu largo.
A linha de fraqueza que demonstrei se refletiu na mão que eu
possuía, mas se eu tivesse TT+, essa jogada seria maravilhosa contra este
jogador, o problema é que minha mão em um board que acerta pouca coisa, a
melhor jogada com AT-AK é o check behind. Pois com o check behind, poderia ir
de allin no turn contra a aposta do jogador agressivo, o que seria uma jogada
ideal e que demonstraria força quando eu estou fraco.
Eis o problema, quando um SS abre de LP ao invés de meter
allin com 15 BBs em um blind de 4000 / 2000 com 500 de ante, significa que não
possuo uma mão tão forte assim e quando ele paga, significa trap ou uma mão não
tão forte assim. Imagino que AQ e AK ele iria allin, com KK e AA é possível
dele ir allin ou apenas pagar (raramente) e com 99-QQ é provável ele ir allin.
Quando eu abro como SS com poucas fichas demonstro fraqueza,
pois poderia ter ido de allin, e contra esses jogadores ir de allin com AT com
15 BBs é mais do que adequado. Como não fiz isso, cai para 9BBs, o que não
demorou muito fiquei com 7BBs e cai com A6 de espadas contra TT.
Um erro contra um jogador agressivo do qual poderia ter
evitado dando check behind em um flop ruim para apostar do qual demonstro em
meu range uma quantidade maior de mãos que erraram do que mão que se conectarão
com o flop. Lição aprendida.
Como combater esses jogadores agressivos?
Para combater um LAG, é melhor jogar no estilo TAG, tendo
uma imagem tight. Você procurará spots onde seu range parece realmente ser
forte e o range deles pareça ser fraco, e aí, adicionar blefes em seus moves.
Por exemplo, em situações onde você só poderia ter mãos
fortes ou bons draws, adicione alguns blefes em seu range e abuse deles contra
os LAGs. Estas mãos podem ser apenas overcards, overcards com backdoors ou
overcards com gutshots.
Mesmo que eles percebam que você está fazendo um move, eles
não poderão reagir, pois o range deles é muito fraco e o seu, muito forte.
Geralmente, quando você receber call no flop, pode continuar
atirando mais barrels. As vezes isso pode parecer ruim, mas você deve apenas
conhecer as tendências do quão light eles irão lhe pagar, para saber até onde
deve ir atirando no pote.
Faça slowplay contra eles – (demonstrar fraqueza quando
estamos fortes)
Geralmente fazer slowplay é ruim, mas é a melhor solução
contra este tipo de oponente. Eles irão aplicar muitos barrels, e com muita
frequencia, então você quer deixá-los cometer este erro quando tiver uma mão
muito forte.
Geralmente fazer slowplay em um board drawy é ruim, mas,
dependendo das tendências do vilão LAG, esta pode ser a melhor forma de extrair
valor deles caso acerte um set. Eles assumiriam que você daria raise com uma
mão deste tipo no flop ou no turn, então, se você der apenas call, eles podem
até atirar o 3º barrel, ou fazer uma aposta por thin value no river, e você
quer vê-los cometendo este erro.
Outro benefício de fazer isso é proteger seu range de call
de força média. Quando ele ver você dar call em três streets com um set, ele
ficará com medo de apostar novamente três barrels por blefe contra você,
assumindo que este tipo de jogada faz parte de seu range de call.
Faça slowplay pré-flop e 4-BET por blefe
Fazer slowplay pré-flop é ótimo contra LAGs. Geralmente eles
farão 3-BET com um range bem amplo, e para combater isso, podemos fazer slowplay
com mãos muito fortes ou fazer 4-BETs por blefe.
Sempre que a frequencia de 3-BET de meu oponente for mais
perto de 10% do que de 5%, podemos fazer slowplay de mãos como AA ou KK
pré-flop. O range deles é tão amplo, que raramente darão call em uma 4-BET.
Então, é melhor mantê-los na mão quando você tiver um monstro e expulsá-los com
um blefe quando perceber que a mão será mais lucrativa desta forma.
Outra forma de demonstrar fraqueza quando estamos fortes, é
o check behind allin no river, quando o board é a favor de blefes e nós temos a
mão mais forte.
Por exemplo, o board traz Q24Q5 (com dois flush draws
perdidos) e você tem uma Q qualquer. A ação foi que seu adversário aumentou de
UTG e você pagou assim como o Big blin, ele aposta metade do pote no flop e
você paga. Ele dá check no turn ao bater a segunda possiblidade para o flush
draw e você dá cehck (fazendo slowplay, e demonstrando fraqueza). No river bate
o 5, carta perfeita, e seu adversário faz uma aposta de valor 40% do pote. Qual
a melhor jogada aqui?
Parabéns, não é apostar 40%, mas sim ir allin. Isso vai soar
como um desespero de sua parte, e se ele tiver qualquer par de 77 ou maior ele
tende a pagar, pois nosso range está cheio de blefes.
Já fiz diversos testes em situações idênticas contra
jogadores agressivos e os resultados tem sido muito positivo, mas é necessário
que seu adversário saiba ler o board e tenha a habilidade de leitura de mãos.
As maiores vantagens deste tipo de jogador são que eles
conhecem a importância da iniciativa e apostam nestes momentos corretos para
ganharem o pote, mesmo sem ter uma mão legítima. Geralmente estes jogadores
estão sempre envolvidos nos potes, mas sabem manobrar bem todas as mãos,
evitando problemas sempre que eles surgem.
Eles também irão se aproveitar da imagem de LAG,
ganhando mais action do que jogadores tight ou nit. O motivo para isso é
simples, eles jogam muitas mãos, então teoricamente estarão jogando muitas mãos
mais fracas. Isso também acaba facilitando o call de oponentes em apostas no river
quando eles tiverem uma mão realmente forte, mas também facilita os “calls
light” quando eles estiverem blefando.
Os bons LAGs geralmente terão um range balanceado e, com
isso, terão certeza de que quando dispararem aquele second barrel, seu call
raramente será lucrativo.
Como vencer um LAG
Para vencê-los temos que abusar de sua maior fraqueza –
jogar muitas mãos e apostar muito.
Faça mais raises por blefe – Principalmente pré-flop.
A vantagem desses jogadores é serem os agressivos pré-flop,
já que ganharam cerca de 66% dos potes dos quais darem Cbet, mas quando tomam
uma 3 bet ou 4bet, o jogo muda, pois agora eles estão em uma posição ruim, ou
ele largam ou aumentam, pois se irem para o flop perderam a maioria, na maioria
das vezes.
Eis o exemplo de um torneio profissional jogados por
profissionais do qual tiraremos a melhor forma de jogar contra jogadores
agressivos:
No main event do Campeonato Italiano, que teve lugar em San
Remo, em Maio de 2007, aconteceu-me jogar uma mão de um modo excepcionalmente
corajos, fiando-me numa leitura de uma jogada do meu adversário que, colocada
num contexto psicológico multinível, explica o efectivo sucesso da minha
jogada.
Na mão em questão: com blinds a 150/300, encontro-me na BB com 44 e, depois de um fold geral, o jogador sentado no botão - um austríaco muito forte com o qual me cruzei outras vezes no circuito europeu - faz raise de 800 fichas e eu faço call. No flop sai KdQdJh e eu faço check com a intenção de dar fold - caso tivesse de enfrentar uma continuation bet do meu adversário; considerando que atacar logo, quer apostando à primeira quer um check-raise, é uma jogada que, fora de posição, considero demasiado arriscada - sobretudo nas fases preliminares dos torneios.
Na mão em questão: com blinds a 150/300, encontro-me na BB com 44 e, depois de um fold geral, o jogador sentado no botão - um austríaco muito forte com o qual me cruzei outras vezes no circuito europeu - faz raise de 800 fichas e eu faço call. No flop sai KdQdJh e eu faço check com a intenção de dar fold - caso tivesse de enfrentar uma continuation bet do meu adversário; considerando que atacar logo, quer apostando à primeira quer um check-raise, é uma jogada que, fora de posição, considero demasiado arriscada - sobretudo nas fases preliminares dos torneios.
Inesperadamente, também o meu adversário faz check e no turn sai um 5 de copas, que oferece à board 2 flush draw possíveis. Eu aposto 1200 fichas porque, se o meu adversário - a quem doravante chamarei de Michael - se sentiu demasiado fraco para apostar no flop - fazendo o pot crescer - com uma mão do tipo 77, 88 ou A9; então terá igualmente receio de enfrentar uma aposta no turn com uma board que oferece 3 boas overcards ligadas a dois flush draws possíveis. Em breves palavras, numa situação parecida, um bom jogador como ele jamais sonharia fazer call com uma mão semelhante e tendo ainda de enfrentar outra ronda de apostas e uma série de cartas assustadoras possíveis no river em enorme quantidade.
Inesperadamente, perante a minha aposta, Michael faz raise no turn de 5 mil fichas. Provavelmente, julgando-me um jogador muito astuto e imprevisível e tendo uma mão não suficientemente forte para poder arriscar-se a enfrentar um check-raise no flop, terá planeado esperar por uma provável aposta minha no turn para poder fazer um raise substancial, que me pudesse fazer desistir da minha intenção de ganhar o pot sem uma mão digna.
O raise foi, de facto, fulminante - derivando obviamente de uma óptima leitura intuitiva acerca do facto de não ter uma mão suficientemente boa para ver o meu raise de 5 mil fichas, considerando também que a minha stack efectiva antes de eu jogar a mão era de apenas 12500 fichas!
Todos estes elementos me convenceram de que efectivamente, me encontrava numa daquelas mãos em que, entre 2 jogadores muito fortes, o "pensamento-psicologia" multínível é dono e senhor. Por conseguinte, um re-raise all in meu de mais de 6700 fichas, mesmo sendo uma quantia, digamos, bastante exígua, era suficiente para obrigar o meu adversário a fazer fold à sua mão marginal - coisa que pontualmente aconteceu, tranquilizando-me por ter escapado ao perigo de me encontrar all in contra uma sequência nuts.
por Dario Alioto
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