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terça-feira, 11 de agosto de 2015

8 Anos em Cativeiro



Muitas histórias me comovem. Irei contar um pouco da história de uma pessoa que não quis se identificar. Existem diversas formas de se viver em uma situação nada agradável. Essa história não será diferente, mas sei que por mais que não possa fazer algo para mudar o que essa pessoa passou em sua vida, sei que essa pessoa será capaz de mudar seu futuro.

‘Comecei a namorar muito cedo. Lembro-me que na época tinha cerca de 14 anos. Me envolvi com um homem do qual a princípio, mesmo não gostando dele, com o passar do tempo aprendi a gostar. Tínhamos uma ótima afinidade. Gostávamos das mesmas coisas e também éramos amigos. Lembro-me de nosso primeiro beijo e de como não gostei de beijar, tanto que fiquei cerca de 2 semanas sem beija-lo.

Não posso negar que, com o passar do tempo, me apaixonei loucamente por ele e essa louca paixão, me tornou uma dependente emocional. E os problemas tiveram inicio. Não sei quantas vezes ao certo fui agredida ou quantas vezes fui forçada a fazer sexo com ele, porém tenho certeza do quanto sofri.

Quando andávamos na rua, eu era obrigada a baixar minha cabeça caso algum homem estivesse vindo de encontro para nós. Extremamente ciumento e obsessivo este homem se tornou. Em muitas das ocasiões, chegou ao ponto de rasgar minhas roupas por causa dessa louca obsessão. Lembro-me que era obrigada a fazer os trabalhos de escola dele. Em duas ocasiões fui tratada de forma humilhante. Na primeira delas, demorei uma semana para fazer o trabalho de escola, quando terminei o mesmo me obrigou a refazer pois estava ‘perfeito’ demais. Eu sei, o que estão pensando. Porém, o que eu poderia fazer, se não sabia o que fazer e não tinha ajuda de alguém¿ Neste dia passei a noite pregada, sem dormir, para que ele entregasse o trabalho no outro dia. Não tive agradecimentos, recompensas ou algo do tipo.

Na Segunda vez, estava grávida de 8 meses, de meu primeiro filho. Fiz o trabalho que ele pediu, e lhe disse para não passar o antivírus, para não perder o trabalho. Ele pegou o Pen Drive, levou até o local de Xerox e passou o Antivírus. Ele chegou em casa louco, por ter perdido a única cópia do trabalho. Quando eu disse que era a única cópia, ele quebrou o mouse e me deu um tapa forte, de tal forma que cai no chão. Me levantei, e ele me segurou nos braços e me jogou com força, em cima da cama. Peguei o Pen Drive, baixei um dos programas de recuperação e lhe entreguei o trabalho em mãos. Nenhum agradecimento, recompensa, apenas uma postura de que ‘eu sou dono de você e você irá fazer o que eu quero, do jeito que quero’.

Cansei-me das vezes em que ele jogava sapato, objetos pesados, em mim. Até mesmo, lembro de uma vez que ele arremessou um objeto pesado, que atingiu diretamente em minha testa e me derrubou. Acredito que o pior, não eram em si essas agressões mas sim, o sexo forçado.

Este homem, acreditava que a mulher dele deveria sacia-lo, independente se ela está saciada ou não. Ele forçou anal, e forçava o sexo quando ele queria, do jeito que ele queria. Era algo desconfortável, doloroso, e que não podia fazer muito na época. Um dia, eu disse para mim mesma, se eu não posso sair desta situação, ao menos vou tentar tirar algo de bom dela. Hoje, olho para aquela menina, totalmente dependente emocional, que aguentou traições, surras, agressões, ameaças, e vejo o quanto sofri.

Basicamente, nosso sexo, era ele deitado na cama, com os braços dobrados na parte de trás da cabeça, e eu fazendo todo o trabalho. Por 8 anos, vivi algo que não desejo que alguém viva.

Meus amigos me elogiavam, dizendo que eu era bonita. Em casa, ele me colocava na frente do espelho, e me dizia que existia somente dois motivos para um homem dizer que a mulher era bonita (A) por ser bonita ou (B) por ser feia e por agrado. Isso gerou uma crença de que sou uma mulher feia, e isso acabava me prendendo ainda mais com ele. Não porque eu queria, mas porque não podia controlar ou lidar com aquilo que eu sentia em relação a ele.

Passei por duas gravidez, e em ambas, foram uma gravidez de risco. Lembro que minha segunda filha, foi feita justamente em um dia em que eu não queria fazer sexo, mas ele me obrigou mesmo assim. Minha filha é linda, um amor, e não me arrependo de tê-la trazido ao mundo, apenas não gosto de relembrar o dia e como foi.

Quando tive meu primeiro filho, estava com menos de uma semana de nascido. Meu ex foi sair com os amigos e me deixou sozinha em casa. Eu ainda estava com a barriga costurada e não deveria ficar fazendo esforço,  porém não tive um homem ao lado que compreendesse o verdadeiro valor de um Pai e de um bom Marido. Eu era mãe de primeira viagem. Que não teve qualquer bagagem ou pessoa para que me ajudasse adequadamente em como ser uma mãe. Meu filho estava chorando muito, e tentei de tudo para fazê-lo parar de chorar e não conseguia. Meu ex chegou em casa, e começou e acusar de que não era uma boa mãe, por causa da criança chorando. Coloquei a criança para dormir na cama. Logo após, ele me agrediu, me jogou contra a parede. Eu estava costurada, tinha acabado de ter o bebê, não sabia como lidar adequadamente com uma criança chorando, e mesmo assim, ele me agrediu.

Em minha história tem muitos acontecimentos e o último que gostaria de compartilhar com vocês, foi em um dia que tinha me arrumado para ir a faculdade, pois era o dia de prova, e meu ex me impediu de ir para a faculdade. Ele me trancou no quarto e voltou somente horas depois. Com minha raiva e angustia, fui pra cima dele, porém eu era mais fraca, e sai perdendo com essa atitude.

Dependência emocional pode e irá nos prender a alguém. Não desejo que passe pelo que passei e sei que existem homens que jamais fariam o que meu ex fez. Hoje, sou uma mulher que tive a ajuda de diversas pessoas e elas me ajudaram a enxergar. Hoje, faz quase 9 meses que estou separada, mas ainda sou ameaçada e o mesmo quer voltar comigo. Mesmo tendo sofrido tanto, hoje tento seguir em frente. Não posso mudar meu passado, mas posso mudar meu futuro. Gostaria e muito, alugar uma casa até o final do ano, assim meu filho poderá voltar a dormir nos horários como antes.

Meus filhos são as coisas mais lindas do mundo. Não me arrependendo de ter tido nenhum deles. Estou tentando seguir em frente. Duas pessoas apareceram em minha vida, e uma delas se tornou meu namorado. Sei que com ele, não irei passar pelo que passei antes e isto me satisfaz.’

Palavras Finais Autor do Blog

Está é apenas uma das milhares de pessoas que passam ou passaram por situações nada agradáveis e que viraram a página. Compartilhe sua história, para que possamos ajudar milhares de outras pessoas, seja homem ou mulher. Desejo sucesso e sorte para essa pessoa e gostaria de agradecer e muito por essa oportunidade. Sei que diversas pessoas serão ajudadas com esse relato.


Obrigado por ler. Sou Gabriel Melo, e essa foi ‘Minha história: 8 anos de cativeiro’. 
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Item Reviewed: 8 Anos em Cativeiro Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli