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segunda-feira, 27 de março de 2017

MATURIDADE EMOCIONAL | Amadurecer é um processo contínuo - Parte 8




Amadurecer é um processo contínuo

Chega um momento da vida que não dá mais para ter atitudes infantis ou enxergar os fatos somente pela ótica do "nosso mundinho". Amadurecer dói. Amadurecer significa ter de abandonar utopias e encarar a realidade como ela é, muitas vezes mais fria e racional do que gostaríamos. Mas amadurecer tem suas vantagens.

A idade cronológica das pessoas nem sempre coincide com a emocional. É mais comum, inclusive, a maturidade física chegar antes. Muitos adultos mantêm atitudes infantis diante das circunstâncias da vida. Assim como há jovens precocemente maduros. É humanamente impossível controlar absolutamente as emoções, mas é bastante viável lidar corretamente com elas. Para isso é preciso crescer. Para crescer é necessário se conhecer, principalmente, saber lidar com frustrações. 

O psicoterapeuta Flávio Gikovate afirma que o primeiro passo para a felicidade sentimental está em aprender a ficar razoavelmente bem sozinho. "Isso só ocorre com maturidade emocional, que se caracteriza pela capacidade de suportarmos bem as dores da vida." Segundo ele, é preciso se desenvolver emocionalmente até atingir uma maturidade que permita competência para lidar com frustrações. "A felicidade sentimental é a recompensa acessível a todos os que completarem o ciclo mínimo de evolução emocional."

A psicóloga de São Paulo, Olga Inês Tessari, autora do livro "Dirija a sua vida sem medo" explica melhor o que é maturidade emocional. Maturidade emocional é a habilidade que a pessoa tem de se relacionar com outras da melhor forma possível. É evitar que problemas pessoais interfiram no desempenho profissional. É a aceitação de si mesmo. É ter respeito para consigo e com os outros. É ser paciente, objetivo e ter capacidade de lidar com adversidades sem se deixar abater totalmente. Sem se indignar ou sofrer sem motivos suficientes e reais. É conhecer os próprios limites e respeitar os dos demais. É saber fazer escolhas e arcar com as consequências delas. A pessoa emocionalmente madura lida muito bem com as próprias emoções. A maturidade emocional também é aceitar a responsabilidade pelas consequências de seus atos, tomar decisões baseadas em critérios e valores pessoais adequados e corretos, ter independência financeira, ser menos egoísta e ter mais consideração pelos outros. 

Há pessoas que passam a vida toda numa eterna infância/adolescência porque a base da maturidade é a capacidade de tolerar a frustração. Algo que a criança aprende com o passar do tempo: nasce egoísta e com sensação de onipotência, uma vez que, na barriga da mãe sempre tem todas suas necessidades satisfeitas; mas, na medida em que cresce, percebe que nem tudo é como ela gostaria, nem sempre suas necessidades e desejos são satisfeitos. Infelizmente, muitos pais mimam demais os filhos, o que os leva a crescer com a falsa sensação de que podem tudo o que desejam e isso os impede de possuir uma maturidade emocional de alto nível, mesmo adultos na idade cronológica. Pesquisas revelam que nem mesmo o fato da pessoa concluir uma faculdade ou casar e ter filhos é garantia de maturidade emocional, pois esta é definida não pela passagem por eventos tradicionais adultos, mas pela mudança na personalidade e no comportamento mas principalmente por uma adaptação correta as diferentes fases da vida.

Existem fases distintas na vida de uma pessoa: a infância, a adolescência e a vida adulta, época em que se supõe chegar à maturidade emocional. Uma pessoa infantil é aquela que age no sentido de ter todas suas necessidades satisfeitas e que não lida com a frustração de forma correta. É o caso da criança que chora e faz escândalo quando não consegue o que quer. A adolescência é uma fase intermediária, em que o jovem aprende que nem tudo é como gostaria, mas ainda tem alguns acessos infantis quando é contrariado. O adulto, por sua vez, é aquele que tem a capacidade de tolerar a frustração, pois ela permite distinguir a fantasia da realidade, ou seja, discernir o que é possível ou não de se conseguir. Além disso, na maturidade emocional a pessoa sabe perdoar e ser humilde para reconhecer seus erros, dificuldades e se adaptar corretamente.

Em geral, quanto mais experiências de vida a pessoa possui mais possibilidades de amadurecer tem, desde que saiba aprender com cada uma das experiências vividas. Portanto, não é quantidade de experiências que necessariamente determina a maturidade de uma pessoa. Uma pessoa pode simplesmente encará-las com sofrimento, culpa e não extrair delas o aprendizado e o amadurecimento necessário. Preferem se penitenciar por vivenciá-las ou ter atitude de reclamar, chorar e se lamuriar. Para deixar a questão ainda mais intrigante, cada nem toda experiência irá te ajudar em melhorar sua maturidade emocional e cada pessoa tem experiências e conhecimento diferentes, o que implica que cada pessoa tem níveis diferentes de maturidade emocional. A construção da maturidade emocional está relacionada à educação familiar, ao fato de ensinar o filho a saber cuidar de si mesmo desde pequeno, respeitando suas limitações. Porém não é fácil. A falta de um guia ideal acaba prejudicando enormemente toda a sociedade pois querendo ou não, cada pessoa dentro de um grupo ou sociedade ajuda a entender a idade emocional do grupo ou da sociedade. Pode-se dizer que o povo brasileiro em média, está em uma idade emocional longe da ideal.

Elogiar cada acerto e não simplesmente criticar cada erro faz com que a criança amadureça mais rapidamente. Acredito que a falta de um guia ideal tem privado o ser humano de alcançar seu melhor. É claro que a culpa não é deles, pois eles tem culpa apenas pela falta de interesse em ser alguém melhor e nas consequências dos próprios atos, agora, essas pessoas não são culpadas por um governo que não melhora o sistema. Como consequência ficamos à mercê de nossas experiências e da sorte.

Se dependermos apenas das experiências dificilmente as pessoas conseguiram atingir os níveis mais elevados de maturidade emocional. Como as experiências são diferentes, então esperasse níveis diferentes de maturidade emocional. É comum a pessoa ser madura na área financeira ou profissional porque são áreas em que há objetividade ou em que a pessoa foi obrigada a se adaptar, onde a pessoa deve executar sua tarefa e ponto. Não há muitos sentimentos envolvidos e o sucesso depende exclusivamente do próprio empenho e esforço. Na área familiar e afetiva, ao contrário, existe uma dependência do desejo do outro, em que o que se quer está condicionado ao outro e nem sempre o outro é capaz de corresponder à sua. Fato é que em todas as áreas temos a influência de nossas emoções e é muito importante não ignorar a importância de lidar com nossas emoções.

Quando falamos sobre religião, devo dizer que a questão espiritual é algo de competência de cada pessoa de acordo com sua educação, valores e hábitos de vida, não necessariamente ligada à maturidade emocional. Agora, se você fala no sentido da pessoa buscar respostas para o vazio existencial ("de onde vim, para onde vou"), quanto maior o nível de maturidade emocional e intelectual, melhor será para a pessoa lidar com suas carências e necessidades. Acredito que tudo que envolve a crença, sendo religiosa ou não, envolve carências e necessidades. Entender essas carências e necessidades pode nos ajudar a entender a razão de acreditarmos em algo ou não. Acreditar em Deus ou não, não interfere na Maturidade Emocional, tanto porque se você acredita ou não em Deus, sua crença ou descrença não te impede de melhorar suas competências emocionais. O problema é quando sua crença ou descrença te impede de crescer nas áreas que te torna uma pessoa melhor. De fato, ideologias e filosofias de vida são a melhor forma de impedir que a pessoa cresça pois em muitos casos a pessoa acredita que aquilo que ela segue ou crê, oferece o que ela deseja, porém o que a pessoa deseja e o que ela precisa são duas coisas bem diferentes. Além disso o que sentimos não diferencia o que é real do que é ilusório e por essa razão temos tantas pessoas ao redor do mundo acreditando em diversas ilusões, o que naturalmente influência na forma como a pessoa lida com o mundo, com as pessoas mas acima de tudo, consigo mesma. Acreditar em uma mentira pode destruir sua vida, prejudicando não apenas você, mas as pessoas ao seu redor.

Não vejo desvantagens em ter maturidade emocional, pelo contrário, uma pessoa com alto nível de maturidade emocional lida muito bem com suas falhas e erros, sabe lidar bem com as dificuldades da vida e tira proveito de todas ou quase todas as situações que vivencia.


Maturidade Emocional pode ser desenvolvida por qualquer pessoa e querendo ou não todas as pessoas possuem algum nível de maturidade emocional. De fato, esses diferentes níveis de maturidade emocional influenciam na maneira como lidamos com o mundo, no que acreditamos e principalmente, em como lidamos com as pessoas e situações em nossa volta. Quando melhoramos na área emocional nosso mundo muda. Passamos a nos adaptar melhor a vida e a realidade. Passamos a lidar melhor com pessoas difíceis e nos adaptamos mudando de estratégia segundo as necessidades. Quanto maior seu nível de maturidade emocional, melhor será sua vida.
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