A pessoa não precisa ser nossa
amiga para que sua falta de sorte desencadeie nossa reação empática. Pode ser
um estranho completo, que pode nem sequer estar em nossa presença. Podemos
vê-lo na tela da tevê, ou em um filme, ou ler sobre, em um jornal ou livro.
Embora não haja dúvida de que podemos nos emocionar com a leitura apenas, é
surpreendente que algo que surgiu tão tarde na história de nossa espécie — a
escrita — possa gerar emoções.
Imagino que a linguagem escrita
seja convertida em sensações, visões, sons, cheiros ou até sabores em nossa
mente e, depois que isso acontece, essas imagens são tratadas como qualquer
outro evento pelos mecanismos de avaliação automática, para originar emoções.
Se conseguíssemos bloquear a criação dessas imagens, acredito que as emoções
não seriam evocadas somente pela linguagem.
Emoções não diferem entre o que é real e o que é fantasia. Isso implica que um único sistema é responsável por direcionar as emoções tanto para o que é real quanto para o que é fantasia, sem fazer diferença entre os dois. Nossas emoções existem para dar sentido aos objetos ao nosso redor e não para dizer se algo é verdadeiro ou falso. Não cabe ao que sentimos dizer que algo é real ou falso, mas sim dar sentido ao que é sentido.
Retirado do livro, A Linguagem das Emocões - Paul Ekman
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