Jogo Emocional – Validação,
ciúmes, medo da perda, mulher fazendo o que quer sem consultar o marido
Não irei falar muito aqui, tanto
porque o relato fala por si mesmo. A maturidade de um individuo afeta toda uma
família. Eu vi neste relato, forte pressão emocional por parte da mulher, e em
consequência uma busca por ‘ar’ (saindo sozinho com os amigos, que pode
significar qualquer coisa, principalmente quando ele a proíbe de ir juntos
(ciúmes delas a mil)). Bem o relato fala por si mesmo, e será percebido que a
maturidade da mulher é muito baixa.
Diversas vezes ela demonstra jogos
emocionais como o ‘jogar na cara do marido’ do qual ela utiliza palavras como ‘nunca
sai comigo’ (o que é um total exagero e desespero de validação). Em consequências
desses atos ruins um atrás do outro, de chateação uma atrás da outra, a mulher
DEVE perder seu relacionamento. Ela mesma, irá dizer que o afastou, brigavam
muito, ficavam sem sexo.
Acredito que é óbvio onde isso vai
levar: AO TERMINO.
A maturidade de ambos,
principalmente da mulher, ferrou com um casamento de 11 anos. Quando duas
pessoas com pouca maturidade querem ficar juntos, raramente isso dá certo.
Sem mais demora vamos ao relato: (minha opinião em off é que, mesmo não desejando o mal para alguém, espero que essa mulher tenha perdido o relacionamento dela)
Ando desde há algum tempo à
procura de ajuda, por vezes penso que exagero (já cheguei a
"consultar" tarot, mas que não foi nada positivo para o meu problema
e que por isso ainda aumentou a minha preocupação). Estou casada há cerca de
11 anos e deste casamento temos dois filhos. Durante o namoro saímos
muito, ele estava sempre a oferecer-me presentes, parecia não querer separar-se
de mim.
Com o casamento a situação
alterou-se. Passou a sair sozinho com os amigos (em média 2 vezes por
mês entre aniversários e festas.). No início ainda lhe pedia para ir com ele e
ele justificava o facto de não o acompanhar dizendo que eram só colegas e que
eu não me iria sentir bem. Isto aconteceu algumas vezes até que a dada altura
me cansei de me chatear com isso. No entanto, nunca perdia a oportunidade, em
altura de discussões, de lhe "atirar" isto à cara, dizendo-lhe
que só saía com os amigos e com a esposa nunca se dava ao trabalho de sair.
Nunca mais fomos a uma discoteca ou ao cinema juntos.
Com o nascimento dos filhos a
minha atenção virou-se mais para eles, até porque o meu marido sempre foi um
pai ausente, por motivos profissionais, e quando podia estar com eles arranjava
sempre algo para fazer (chegou a confessar que por vezes vinha mais tarde
para casa - quando já estava tudo a dormir - para não se chatear). Em
público nunca foi pessoa de muitos afectos (salvo durante o namoro), mas em
casa a situação alterava-se. Confesso que no início, e como eu não estava
habituada, o reprimi um bocado, o que originou um certo afastamento. No
início do casamento os problemas surgiram mas devido à proximidade dos
pais dele. A minha sogra sempre se meteu muito na nossa vida, mais comigo do
que com o filho, pois ele não lhe dava muita importância. Ela queria
assegurar-se de que o filho não sairia das asas dela.
Alguns anos após o casamento
consegui convencê-lo a comprarmos casa. Felizmente para mim, o meu marido
sempre separou muito bem as "águas" mostrando à mãe que eu sou
mulher dele e mãe dos seus netos e que por isso "mando" mais do que
ela. Estas divergências acabaram também por influenciar os primeiros anos de
casamento e não são raras as discussões que não acabem a falarmos das nossas
famílias, o que acaba por magoar-nos. O casamento foi-se mantendo com algumas
crises ultrapassadas com maior ou menor dificuldade. O maior problema surgiu
quando eu tive a possibilidade de ingressar numa carreira que me dava
mais motivação, mais dinheiro, mais realização profissional.
No início foi mais fácil pois
fiquei por casa. Passados cerca de 3 anos tive que me deslocar (por causa deste
trabalho) para mais de 300 Kms de casa, na perspectiva de que após 3
ou 4 anos regressasse a casa. Durante estes primeiros anos falámos da
possibilidade de ele ir comigo, situação a que não se opôs. Também não lhe
ocultei o facto de querer levar os filhos comigo. Os problemas começaram a
agudizar-se logo 1 mês depois de começar a ausentar-me durante a semana (aos
fins-de-semana sempre fui a casa, quando os nossos filhos estavam doentes era
eu quem os levava ao médico, era eu que falava com a professora - apesar de
distante fisicamente sempre estive muito próxima deles). Ele disse que não
sabia se iria aguentar a situação, pois iríamos perder muito como casal, que
tinha medo de não me conseguir perdoar por lhe ter desfeito um sonho e pensando
no dia em que os filhos iriam comigo seria muito pior. Realmente, ele chamou-me
a atenção para o que está a suceder agora.
Durante o ano passado as nossas
conversas acabavam quase sempre em discussão, no entanto, a nossa intimidade sempre
esteve salvaguardada. Confesso que não é nada fácil lidar com esta situação,
pois os ciúmes acabam por ser muito maiores, e quando nos vêm dizer que o nosso
marido anda envolvido com outra, apesar de nunca terem visto nada (pois
apenas tomavam café, fumavam juntos e iam às festas de trabalho juntos), o
certo é que me fez vacilar. Confrontei-o com esta situação e ele sempre menegou este
envolvimento, mas o certo é que depois da ida dos nossos filhos para junto de
mim ele tornou-se mais distante.
Já há muito não o ouço dizer que
me ama, que ainda gosta de mim, e esta incerteza tem-me minado por dentro. Há
cerca de 2/3 meses começámos a dialogar normalmente. Ele diz-me que sabe que
está a fazer-me sofrer, que inconscientemente me culpa pela distância, mas que
conscientemente sabe que eu fiz a melhor opção e me irá apoiar sempre nesta minha
decisão de mudar de vida. Inicialmente ainda se colocou a hipótese de ele
deslocar-se também para onde estou a trabalhar, mas depressa abandonou essa
hipótese e neste momento, não quer falar sobre esta situação.
Tenho lido e falado com algumas pessoas que me
tentaram ver a situação pelos dois pontos de vista. Sempre lhe disse que
compreendia e aceitava o que ele estava a passar, mas que estava já a chegar ao
meu limite, pois quando fala comigo é sempre com "sete pedras na mão".
Já há muito que não tem um carinho para comigo, apesar de demonstrar
preocupação. O problema, penso eu, é que não se consegue abstrair da ausência
dos filhos, e ao fim-de-semana "vive" para os filhos e não quer saber
de mim.
Diz-me que eu também mudei, pois
estou muito mais exigente na forma como nós estamos do que anteriormente. Já
lhe justifiquei que mudei, mudei sim, pois as saudades durante a
semana são tantas que ao fim-de-semana tento conjugar todas as forças para
investir na relação e na família. Há um tempo atrás pediu-me mais espaço, pois
eu queria sempre a sua atenção, não o deixando estar sozinho com os filhos.
Entendi a situação e agora estou a dar-lhe
mais espaço. Tudo isto para enquadrar o problema. Agora fala em separação.
Diz-me que não sabe se consegue ultrapassar esta fase, que está a ser muito
difícil para ele, que sabe que me magoa, mas não consegue agir de outro modo e
que se soubesse que seríamos todos muito mais felizes separados não tinha
dúvidas nenhumas. Não o consigo fazer abrir-se para mim.
Já o questionei se ainda gostava
de mim o suficiente para tentar recuperar o que ainda pode ser recuperado e ele
responde-me que não sabe se será já tarde de mais. Já ponderei a hipótese
de os nossos filhos regressarem para junto do meu marido, pois eu aguentei
muito melhor a separação do que ele, mas ele diz-me que neste momento não tem
tempo para eles (pois a sua vida profissional não lhe permite). O discurso
dele, por vezes, é contraditório. Já tentei que ele aceitasse a ida a uma
consulta de terapia conjugal, mas ele recusa-se. Neste momento, estou
a tentar dar-lhe espaço mas por vezes sinto-me colocada de lado, pois acho que
os filhos têm todo o direito de estar com os dois pais ao mesmo tempo. Ele
muito dificilmente se abre comigo (é o problema de os homens falarem dos seus
próprios sentimentos?!...).
Tenho-lhe dito constantemente que o amo, que quero
lutar pelo casamento, pois acho que ainda há muito que fazer, mas não consigo
obter nenhuma resposta da parte dele. Eu sei que ele está magoado comigo e com
o mundo, que ainda não aceitou a nossa separação física, a separação dos
filhos, que a cabeça dele também ainda não encontrou qualquer resposta. Sei que
ele está muito confuso. Gostaria de o ajudar, já tentámos conversar para
encontrar alguma solução mas nunca conseguimos. Já não sei o que fazer. O que
posso fazer para o ajudar a superar esta situação e ajudá-lo a descobrir o que
quer para a sua vida, para a vida dos filhos e para a nossa vida?
Catarina
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