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sábado, 3 de outubro de 2015

Como as emoções pode nos afetar negativamente




Em um acidente de carro quase certo, não permanecemos em estado de medo depois que desviamos do outro carro. Compreendemos muito rapidamente que o perigo já passou e esperamos que a respiração e os batimentos cardíacos voltem ao normal, o que acontece depois de mais ou menos dez segundos. No entanto, suponha que o medo seja de algo que não possa ser anulado de modo instantâneo ou drástico. Suponhamos que a pessoa tenha medo de que a dor que sente nas costas seja sintoma de um câncer de fígado.

No período refratário, ela vai rejeitar a informação contraditória, esquecendo que no dia anterior ajudou seu amigo a mudar os móveis de lugar e que esse é o real motivo da dor.

Considere uma situação familiar comum: de manhã, antes de o casal sair para o trabalho, Jim diz para Helen, sua mulher, que sente muito, mas ele não poderá pegar a filha na escola. Helen terá de fazer isso, ele complementa. Com rispidez e uma expressão de raiva no rosto, Helen responde: "Por que você não me avisou antes? Tenho uma reunião nessa hora!". Helen não pensou conscientemente na resposta; ela não escolheu ficar irritada. Simplesmente aconteceu, pois os autoavaliadores interpretaram a mensagem de seu marido como uma interferência em seus objetivos (um provável tema associado à raiva) sem levá-la em consideração.

Sentindo, pelo tom de voz e pela expressão facial, que Helen está irritada, Jim desafia o direito dela de se sentir assim. Nesse momento, ele também se irrita, pois, muitas vezes, a raiva gera raiva. "Por que você está se enfezando? Não avisei antes porque meu chefe acabou de me ligar e me disse que há uma reunião de emergência em meu departamento e tenho de participar." Nesse instante, Helen percebe que Jim não foi desatencioso e que não há motivo para ela ficar furiosa com essa frustração inevitável e involuntária. No entanto, se ela ainda estiver em um período refratário, será uma luta. O aborrecimento dela precisa ser justificado. Ela pode ficar tentada a querer ter a última palavra.


"Você devia ter me falado isso assim Se Helen for capaz de incorporar a nova informação dada por Jim, mudará sua percepção do motivo pelo qual ele fez o que fez. Assim, ela pode descartar a interpretação de que ele foi desatencioso, e seu aborrecimento desaparecerá. Contudo, há diversos motivos pelos quais um período refratário pode ser longo, mantendo Helen irritada até Jim dar a informação que poderia reverter a situação. Talvez ela não tivesse dormido bem na noite anterior. Talvez ela esteja sendo muito pressionada no trabalho e tenha dificuldades de lidar com isso, descarregando, assim, suas frustrações sobre Jim. Talvez eles estejam discutindo há muitos meses a respeito de um assunto sério, como ter outro filho, e Helen guardou sentimentos de raiva a respeito da atitude aparentemente egoísta de Jim. Helen pode ter o tipo de personalidade em que a raiva desempenha um papel dominante (no Capítulo 6, descrevo minha pesquisa a respeito de pessoas que possuem um traço de personalidade hostil). Ou, ainda, Helen pode estar trazendo para essa situação um roteiro de outro setor de sua vida, um roteiro muito carregado emocionalmente.

Retirado do livro, A Linguagem das Emocões - Paul Ekman
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Item Reviewed: Como as emoções pode nos afetar negativamente Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli